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Polícia e Inea identificam empresa de Queimados suspeita de jogar detergente no Guandu







A polícia e o Instuto Estadual do Ambiente identificaram a empresa Burn, de Queimados, na Baixada Fluminense, como a responsável pelo descarte de material detergente que contaminou o Rio Guandu no fim da madrugada desta segunda-feira (28). A empresa nega (veja a íntegra da nota no fim da reportagem).

A Panorama apurou que os órgãos ambientais do estado estudam aplicar até R$ 50 milhões de multa na empresa.

“Vamos punir com rigor e energia nesse caso. Entendemos que o caso não se encerra”, disse Thiago Pamplona, governador em exercício. Segundo Pampolha, o material encontrado na água foi analisado com restos de matérias encontrados na galeria de água pluvial da empresa.

A Polícia Civil pediu à Justiça que a empresa seja interditada.

O Governo do Rio informou que a empresa não tinha autorização para jogar resíduos no rio.

A substância formou uma espessa espuma no manancial, o que levou a Cedae a interromper o fornecimento de água tratada.

A Burn Industria e Comércio LTDA fica localizada no Parque Industrial de Queimados. A fábrica tem licenças para fabricar cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal. Além de produzir sabões, detergentes sintéticos e desinfestantes domissanitário.

Segundo fontes da Prefeitura de Queimados, há 12 dias atrás a Secretaria Municipal de Meio Ambiente local e o Inea estiveram na empresa, apurando uma denúncia de descarte irregular de produtos químicos. Não foi constatado, entretanto, problemas nesse sentido, apenas questões de documentação, que foram sanadas dias depois.

Segundo o Inea, nos últimos 5 anos, na região hidrográfica do Guandu, o instituto identificou dezenas de irregularidades em indústrias e aplicou 18 multas que somam mais de R$ 3,2 milhões devido a riscos ao sistema de abastecimento.

O órgão não informou se essas autuações foram quitadas. A maior preocupação, no entanto, é com atividades não passíveis de licenciamento ambiental, como o despejo irregular de esgoto doméstico sem tratamento, num cenário de baixos índices de coleta e tratamento desses efluentes.

Após 14 horas de paralisação, a Cedae voltou a realizar a captação de água no Rio Guandu, às 19h30 desta segunda-feira (28). Apesar da captação de água ter sido retomada, as empresas responsáveis pela distribuição da água precisarão de até 72 horas para normalizar o abastecimento em toda Região Metropolitana.

A concessionária Águas do Rio informou na noite desta segunda-feira que a paralisação do sistema Guandu impactou o abastecimento de água da capital e Baixada Fluminense (Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo, Queimados e Mesquita) nas áreas sob responsabilidade da empresa. São quase 300 bairros afetados na região, segundo a companhia.

O que diz a Burn

A empresa se pronunciou através da seguinte nota:

"A Burn esclarece que não há nenhuma relação entre a sua fábrica de Queimados, na Baixada Fluminense, e a presença de material químico na bacia do Rio Guandu. A unidade opera com tecnologia de ponta e de padrão internacional, seguindo os mais rigorosos procedimentos de controle, onde o manuseio da matéria-prima é automatizado e em ambiente de circuito fechado, ou seja, sem qualquer escoamento ou ligação com a rede pluvial. Além disso, tem todas as licenças necessárias e destinação ambientalmente correta de seus resíduos, estando sob monitoramento e controle permanentes dos órgãos ambientais competentes. Cabe ressaltar que a fábrica está a 11 quilômetros de distância do sistema do Guandu seguindo o fluxo do rio, e adota uma série de iniciativas sustentáveis, como sistema de reuso de água da chuva, iluminação por fontes renováveis e selo EU Reciclo. A empresa também contratou laboratório especializado para coleta e análise da água e está colaborando com as investigações, à disposição das autoridades".

ETA Guandu parada às 10h30 desta segunda (28) — Foto: Rafael Nascimento/g1

ETA Guandu parada às 10h30 desta segunda (28) — Foto: Rafael Nascimento/g1

A Panorama na segunda-feira, o delegado Wellington Pereira Vieira, titular da DPMA, informou que peritos da especializada percorreram rios da região e que cerca de 50 empresas estão no entorno dos rios que deságuam no Guandu.

Phelipe Campelo, presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), disse que o lançamento do surfactante é um crime ambiental. “Só vamos cessar as investigações quando localizarmos quem fez esse lançamento criminoso”, afirmou. Na ocasião, ele não descartou a hipótese de que o descarte teria sido feito por sabotagem.




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