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A ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá foi indiciada por lesão corporal, injúria e perseguição, depois de ser flagrada agredindo entregadores de aplicativo em abril desse ano, mas sua vida mudou bem antes da conclusão do inquérito pela 15ª DP, na terça-feira (20).
Com a divulgação das imagens em que aparece chicoteando Max Ângelo dos Santos, e mordendo Viviane Maria de Souza, Sandra parou de dar aulas nas areias da Praia do Leblon.
Em um primeiro momento, as aulas foram interrompidas por causa do assédio da imprensa que cobria o caso. Depois, porque a Secretaria Municipal de Esportes informou que não renovaria a licença da escolinha de vôlei — que mantinha três redes no local e funcionava há quase 10 anos —, até que todos os fatos fossem esclarecidos na Justiça.
O Dep. de jornalismo também falou com quiosqueiros que trabalham nas areias do Leblon, que dizem nunca mais ter visto Sandra.
"Desde a confusão, nunca mais ela apareceu aqui", disse um, que pediu para não se identificar.
Sandra também teve que se mudar do condomínio em que vivia em São Conrado, na Zona Sul do Rio, e que foi alvo de polêmica com os entregadores que agrediu, uma vez que alegava que estes ocupavam a calçada do local.
Com a repercussão dos atos de Sandra, o Edifício Estrada da Gávea notificou o proprietário do imóvel sobre prejuízos à imagem do condomínio, e ele pediu o apartamento de volta à ex-atleta. Sandra saiu do local no dia 27 de maio.
Ao saber do indiciamento de Sandra Mathias sem os crimes de injúria racial e homofobia, os entregadores Max Ângelo dos Santos e Viviane Maria de Souza se mostraram descrentes de uma punição mais dura para a ex-atleta.
Mas falaram também da onda de solidariedade de que foram alvos desde a repercussão do caso.
Max ganhou emprego de carteira assinada e deixou de ser entregador de aplicativo. Ele também conseguiu sua casa própria, graças a uma vaquinha virtual.
"Minha vida mudou muito, mas graças a pessoas boas que tem nesse mundo. Tenho um emprego bom, com um salário digno e até o meio do mês que vem devo me mudar para a minha casa própria. Ainda bem que existe gente boa no mundo, não só os racistas", pontua. A entregadora Viviane Maria, que aparece na confusão com Sandra sendo mordida, foi presa por causa de um processo em aberto contra ela em São Paulo, por tráfico de drogas. Mas, agora responde em liberdade. "Tudo o que passei foi muito ruim. Mas, ainda assim, tenho muita gratidão e felicidade no meu peito, porque, graças a ela, consegui provar a minha inocência. Quando me filmaram sendo agredida, eu estava na porta do meu trabalho. Agora, estou aqui na porta do meu trabalho, começando do zero, mas sigo aqui", diz ela, que agora está fazendo suas entregas de bicicleta. Entregadora sem mobilete Viviane também afirma que acabou ficando sem o veículo que usava para fazer entregas, substituindo a mobilete por uma bicicleta. "Eu tinha uma mobilete, mas, como fiquei presa, ela ficou parada muito tempo. Precisa consertar e não tenho dinheiro. O que eu consigo é para me manter e pagar o aluguel", diz ela, que divide uma quitinete com o filho e a nora. "Mas tá bom. Tenho fé que vou melhorar, recuperar meu direito de ir e vir, para poder visitar a minha mãe, que já está bem velhinha, e ter o meu canto só para mim", diz. O indiciamento Sandra foi indiciada por lesão corporal, injúria e perseguição. De acordo com a investigação da 15ª DP (Gávea), ela agrediu violentamente o entregador Max Ângelo, batendo nas costas dele com a coleira do seu cachorro. No mesmo dia, agrediu também a entregadora Viviane Maria com uma mordida na perna no meio da rua. A ex-atleta Sandra Mathias Correia de Sá após dar seu depoimento na 15ª DP (Gávea)
A entregadora Viviane Maria, que aparece na confusão com Sandra sendo mordida, foi presa por causa de um processo em aberto contra ela em São Paulo, por tráfico de drogas. Mas, agora responde em liberdade.
"Tudo o que passei foi muito ruim. Mas, ainda assim, tenho muita gratidão e felicidade no meu peito, porque, graças a ela, consegui provar a minha inocência. Quando me filmaram sendo agredida, eu estava na porta do meu trabalho. Agora, estou aqui na porta do meu trabalho, começando do zero, mas sigo aqui", diz ela, que agora está fazendo suas entregas de bicicleta.
Viviane também afirma que acabou ficando sem o veículo que usava para fazer entregas, substituindo a mobilete por uma bicicleta. "Eu tinha uma mobilete, mas, como fiquei presa, ela ficou parada muito tempo. Precisa consertar e não tenho dinheiro. O que eu consigo é para me manter e pagar o aluguel", diz ela, que divide uma quitinete com o filho e a nora.
"Mas tá bom. Tenho fé que vou melhorar, recuperar meu direito de ir e vir, para poder visitar a minha mãe, que já está bem velhinha, e ter o meu canto só para mim", diz.
Sandra foi indiciada por lesão corporal, injúria e perseguição. De acordo com a investigação da 15ª DP (Gávea), ela agrediu violentamente o entregador Max Ângelo, batendo nas costas dele com a coleira do seu cachorro. No mesmo dia, agrediu também a entregadora Viviane Maria com uma mordida na perna no meio da rua.
A ex-atleta Sandra Mathias Correia de Sá após dar seu depoimento na 15ª DP (Gávea)
