Desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julgam, nesta terça-feira (27), recursos que vão definir os crimes pelos quais o ex-vereador Jairinho e Monique Medeiros devem responder em júri popular pela morte do menino Henry Borel, no dia 8 de março de 2021.
O ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e Monique Medeiros, mãe do menino, foram pronunciados (quando a Justiça entende que houve um crime contra a vida), no dia 1º de novembro, pelos crimes de:
Monique
homicídio e omissão
Jairinho
homicídio triplamente qualificado: com emprego de tortura, motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima
Nesta terça, serão analisados os recursos do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e da assistente de acusação, que recorreram para que os dois respondam por todos os crimes da denúncia inicial:
fraude processual;
homicídio triplamente qualificado;
falsidade ideológica
tortura
As defesas de Jairo e da Monique recorrem para que eles não sejam levados a júri popular.
A partir da definição dos crimes, o Tribunal do Júri poderá marcar o julgamento dos dois.
"Após a análise desses recursos em segundo grau, a juíza determina que as partes apresentem as testemunhas que deverão ser ouvidas e marca a data do julgamento", explicou o promotor do caso, Fábio Vieira.
Jairinho e Monique foram pronunciados pela juíza Elizabeth Louro, do 2º Tribunal do Júri, no dia 1º de novembro de 2022. Ela responde em liberdade, e ele segue preso preventivamente.
Fase de instrução teve 6 audiências
A chamada fase de instrução e julgamento - quando a Justiça analisa se de fato houve um crime contra a vida e se os réus devem ser julgados por ele -, teve seis sessões e se arrastou por 8 meses.
Nas audiências de instrução, toda a investigação policial é revista, testemunhas são ouvidas e réus interrogados.
Só após esse rito, a Justiça decide se os réus serão levados a júri popular – que é um conselho de sentença, formado por sete pessoas do povo - , e que vão julgar se houve crime ou não.
Se forem condenados, a pena e o modo de cumprimento da mesma é determinado pelo juiz do caso.
A pedagoga Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, de 4 anos, depõe durante audiência no plenário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), no centro da cidade, nesta quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022. — Foto: Mauricio Almeida
Relembre as audiências de instrução do caso
06/10/2021 - Primeira audiência de instrução com 10 testemunhas de acusação e mais de 14 horas de oitivas;
14/12/2021 - Segunda audiência de instrução com 10 testemunhas de defesa e duas de acusação. A audiência foi tão longa que se seguiu para o dia 15;
09/02/2022 - Após o recesso de fim de ano e da oitiva de todas as testemunhas, chega o momento de interrogatório dos réus. Jairinho falou brevemente à juíza, e Monique Medeiros fez um longo depoimento, de mais de quatro horas;